Verificação da ação antimicrobiana de fitoterápicos

Título do trabalho: Verificação da ação antimicrobiana de fitoterápicos

 

Autora: Julia Pires dos Santos

 

Orientadora: Amanda Quintas

 

Instituição de ensino: Universidade Maurício de Nassau

 

Ano: 2016

 

Verificação da ação antimicrobiana de fitoterápicos

 

Verification of the antimicrobial action of herbal medicines

 

Júlia Pires dos Santos1, Dra. Amanda Quintas2,

 

1-   Farmacêutica generalista, Pós-graduanda em fitoterapia clínica pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde – IPGS.

 

2-    Doutora em Inovação Terapêutica pela Universidade Federal de Pernambuco.

 

Resumo:

 

A fitoterapia vem sendo a medicina integrativa que mais cresce ao logo dos anos. Atualmente, o uso empírico das plantas medicinais, cuja maioria é cultivada em residências, vem sendo largamente discutidas pelos serviços de saúde e pela comunidade científica devido à preocupação com emprego correto e racional dessas espécies relativas à qualidade dos preparados e a confirmação das propriedades farmacológicas. Devido à dificuldade de acesso à medicamentos na rede pública de saúde, faz-se necessário o estudo de alternativas antimicrobianas acessíveis e eficazes, à população que seja de rápida aceitação para adoção de tratamento. Tendo esse estudo por objetivo verificar a ação antimicrobiana de fitoterápicos. Com objetivo de estudar e verificar a ação antimicrobiana de fitoterápicos, especificamente das plantas; canela (Cinnamomum zeylanicum), canberry (Vaccinium oxycoccos), goiabeira (Psidium guajava), unha de gato (Uncaria tomentosa), gengibre (zingiber officinale), alho (Allium sativum), Açafrão da terra (Curcuma longa). Podemos verificar que as espécies citadas ao longo desse trabalho são plantas populares de eficácia estuda in vitro, in vivo e comprovada empiricamente pela cultura, podem ser

 

integradas                                      na                                      alimentação                                      facilmente.

 

 

Palavra chave: Antimicrobiana, fitoterápicos, ação e extrato.

 

 

 

Abstract:


Phytotherapy has been the integrative medicine that grows the most in the years. Currently, the empirical use of medicinal plants, most of which are cultivated in residences, has been widely discussed by the health services and the scientific community due to the concern with correct and rational use of these species regarding the quality of the preparations and the confirmation of pharmacological properties. Due to the difficulty of access to medicines in the public health network, it is necessary to study accessible and effective antimicrobial alternatives to the population that is rapidly accepted for treatment adoption. The aim of this study was to verify the antimicrobial action of herbal medicines. With the objective of studying and verifying the antimicrobial action of phytotherapics, specifically of plants; cinnamon (Cinnamomum zeylanicum), cranberry (Vaccinium oxycoccos), guava (Psidium guajava), cat’s claw (Uncaria tomentosa), ginger (zingiber officinale), garlic (Allium sativum), turmeric (Curcuma longa). We can verify that the species mentioned throughout this work are popular plants of efficacy studied in vitro, in vivo and proven empirically by the culture, can be integrated in the feed easily.

 

keyword: Antimicrobial, herbal, action and extract.

 

 

Introdução:

 

A fitoterapia vem sendo a medicina integrativa que mais cresce ao logo dos anos. O fator mais relevante para tal crescimento se resume na evolução dos estudos científicos, em destaque a descoberta da eficácia de plantas medicinais, principalmente as utilizadas pela população com finalidade terapêutica, através dos estudos químicos e farmacológicos1.

 

Atualmente, o uso empírico das plantas medicinais, cuja maioria é cultivada em residências, vem sendo largamente discutidas pelos serviços de saúde e pela comunidade científica devido à preocupação com o emprego correto e racional dessas espécies relativos à qualidade dos preparados e a confirmação das propriedades farmacológicas2. Os óleos essenciais são cada vez mais estudados como antioxidantes e para o controle de microrganismos, ocupando um lugar preponderante nas indústrias de insumos farmacêuticos, alimentícios, perfumaria e cosméticos. Cientificamente tem sido estabelecido que cerca de 60% dos óleos essenciais possuem propriedades antifúngicas e 35% exibem propriedades antibacterianas3.

 

As plantas medicinais são usadas pela humanidade para fins terapêuticos há vários séculos, sendo capazes de sintetizar metabólitos que possuem ações

 

farmacológicas diversificadas, dentre elas a ação antifúngica. Além disso, pesquisas que envolvem plantas medicinais podem levar à descoberta de componentes que sirvam como fármacos ou como protótipos de fármacos4. No entanto, na sua grande maioria, as plantas são utilizadas apenas com base no conhecimento popular, havendo por vezes pouca fundamentação científica sobre a eficácia e segurança das plantas utilizadas5.

 

A resistência bacteriana tem se mostrado um problema de proporções mundiais, causando estado de morbidade e mortalidade em pacientes pós-cirúrgicos, em uso de quimioterapia e a indivíduos não hospitalizados, que estão expostos a diversos micro-organismos resistentes. Em vista disso, tem crescido a busca por métodos alternativos naturais de profilaxia6.

 

Devido à dificuldade de acesso à medicamentos na rede pública de saúde, faz-se necessário o estudo de alternativas antimicrobianas acessíveis e eficazes, à população que seja de rápida aceitação para adoção de tratamento. Tendo esse estudo por objetivo verificar a ação antimicrobiana de fitoterápicos.

 

 

Metodologia:

 

Este estudo baseou-se em uma revisão de literatura cuja pesquisa bibliográfica foi realizada mediante a busca eletrônica de artigos indexados em bases de dados como os sites da Scientific Electronic Library Online (Scielo), no Google Acadêmico e Cochrane. Após consulta aos descritores em Ciências da Saúde (DeCS) identificaram-se as palavras-chaves: Antimicrobiana, fitoterápicos, ação e extrato. A pesquisa considerou os artigos publicados entre os anos de 2007 a 2018 incluindo-se publicações nos idiomas português, inglês.

 

Partindo deste princípio foi realizado um processo de análise e síntese dos mesmos com uma leitura exploratória para reconhecimento dos artigos que interessavam à pesquisa de forma geral; uma leitura crítica para selecionar os que seriam usados ao longo do trabalho. Com objetivo de estudar e verificar a ação antimicrobiana de fitoterápicos, especificamente das plantas; canela (Cinnamomum zeylanicum), cranberry (Vaccinium oxycoccos), goiabeira (Psidium guajava), unha de gato (Uncaria tomentosa), gengibre (zingiber officinale), alho (Allium sativum), Açafrão da terra (Curcuma longa).

 

 

 

Canela (Cinnamomum zeylanicum):


Os óleos essenciais constituem-se em complexas misturas de substâncias voláteis, geralmente lipofílicas, cujos componentes incluem hidrocarbonetos terpênicos, álcoois simples, aldeídos, cetonas, fenóis, ésteres, ácidos orgânicos fixos, etc, em diferentes concentrações. Assim, temos na canela, o cinamaldeído (75%), que possui um potencial antimicrobiano significativo7. Um estudo relata que o óleo essencial de Cinnamomum zeylanicum teve uma eficácia significativa, comparado à outras plantas, contra a espécie Trichosporon ovoides8.

 

Outro estudo também relata que a atividade antibacteriana da canela é provavelmente devido ao seu principal componente, o cinamaldeído e suas propriedades poderiam ser múltiplas. O cinamaldeído é um antioxidante natural e os estudos em animais sugerem que um extrato de casca de canela tomado por via oral pode ajudar a prevenir a úlcera do estômago. O cinamaldeído estava inibindo completamente a coloração sensível e resistente do Helicobacter pylori. Uma característica importante dos extratos vegetais e seus componentes é a hidrofobicidade, que lhes permite repartir os lipídios da membrana celular bacteriana

 

  • mitocôndriais, perturbando as estruturas celulares e tornando-as mais permeáveis9. A planta   possui   várias   atividades   biológicas   como   analgésico,

 

antiespasmódico, adstringente, afrodisíaco, hipoglicêmico, carminativo, hemostático, inseticida e antiparasitário e tem sido utilizado como tempero em carne, molhos, confeitaria, bebidas, produtos farmacêuticos e odontológicos10.

 

Em outra pesquisa concluiu-se que o óleo essencial de canela tem uma excelente atividade antimicrobiana contra Escherichia coli e outra cepas que, portanto,

 

  • benéfico para a saúde do ser humano, tendo um potencial para ser usado para fins médicos e para ser utilizado como aditivo antibacteriano11.

 

Alho (Allium sativum):

 

O alho é utilizado como alimento, bem como na medicina popular durante séculos em todo o mundo, uma planta com várias propriedades biológicas como antimicrobiano, antioxidante, imunomodulador e anti-inflamatório, hipoglicêmico. Diferentes extratos de alho demonstraram atividade contra bactérias Gram-negativa e Gram-positivas, incluindo espécies de Escherichia, Salmonella, Staphylococcus, Streptococcus, Klebsiella, Proteus, Bacillus, Clostridium, Helicobacter pylori e até bacilos álcool-ácido resistentes12.

 

Os principais compostos organosulfurados responsáveis pelos efeitos benéficos do alho são: alicina e os dialilsulfurados. Porém, ainda não está claro quais são os principais compostos organosulfurados responsáveis por determinados efeitos fisiológicos13. A alicina é composta de tiossulfinato relatada por sua atividade antibacteriana, alicina provou ser antibacteriana inibindo a síntese de RNA das bactérias12.

 

Em laboratório, mediante diluição em série, o extrato fresco de alho mostrou-se ser capaz de inibir o crescimento de 14 espécies de bactérias, entre as quais Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, que são bactérias potencialmente maléficas à saúde, mesmo o extrato de alho diluído 128 vezes. Uma solução de 5 % preparada com alho fresco desidratado mostrou atividade contra Salmonella typhimurium. O alho também age como fungicida contra Cândida albicans e pode matar protozoários como Entamoeba histolytica e vírus, sendo indicado para casos de resfriado, gripe e nas viroses em geral14.

 

Cranberry (Vaccinium oxycoccos):

 

Dentre as substâncias benéficas presentes em sua composição, pode-se citar proantocianidinas; ácido cumarínico; ácidos fenólicos, como o ácido benzoico e o ácido caféico; flavonoides, como quercetina e miricetina6.

 

Uma pesquisa sugere que os cranberryes evitam que as bactérias (particularmente Escherichia coli) adiram as células uroepiteliais que revestem a parede da bexiga. Sem adesão, a bactéria não pode infectar a superfície da mucosa do trato urinário15. Esta não adesão é mediada por dois componentes do cranberry; frutose, que inibe a aderência de E. coli e substâncias chamadas proantocianidinas, que também inibem a aderência. Uma meta-análise dos resultados aleatórios de ensaios clínicos mostrou que, em mulheres com infecção do trato urinário aguda, produtos de cranberry reduziram a incidência de recorrências aos 12 meses em 39%16.

 

Estudos sobre a eficácia na aplicabilidade do Cranberry mostraram que pode ser utilizado em caso de cistite recorrente e poderá ser associado com antibiótico no tratamento de infecção do trato urinário aguda6. O estudo do Cranberry pode trazer benefícios à saúde, devido às suas propriedades antioxidantes, principalmente no quadro de Infecção do trato urinário. Mas ainda são necessárias novas pesquisas para

 

conhecer os benefícios e malefícios em diferentes quadros clínicos com a utilização desta planta17.

 

Unha de gato (Uncaria tomentosa):

 

A espécie Uncaria tomentosa se enquadra na família da Rubiaceae, conhecida como unha de gato, é uma planta medicinal encontrada nativamente na Amazônia peruana18.

 

Com essa espécie foi realizado um estudo clínico sobre o tratamento da candidíase e observou-se o desaparecimento da sintomatologia após 14 dias ter sido iniciado o tratamento, em ambos os grupos. No grupo que utilizou o gel da Uncaria tomentosa (Imuno-Max/grupo-teste), 30% dos pacientes não apresentaram sintomatologia relacionada à cândida após os 14 dias de tratamento, enquanto que o grupo que utilizou o miconazol (Daktarin/ grupo-controle) apresentou resultados praticamente semelhantes ao Imuno-Max Gel, onde a sintomatologia desapareceu em 40% dos pacientes. Esse fato revela a potente ação antifúngica e anti-inflamatória da Uncaria tomentosa (Imuno-Max) frente às espécies de Cândida encontradas19.

 

Conforme observado em outro estudo, o extrato hidroalcóolico da Uncaria tomentosa L. apresentou excelente atividade antifúngica, representada pela formação de halos de inibição do crescimento frente às espécies de Candida albicans, Candida guilliermondii, Candida krusei e Candida tropicalis até a diluição do extrato na proporção de 1:16 para todas as espécies pesquisadas, sendo a Candida albicans a mais sensível à ação do extrato que as demais espécies20. A atividade antimicrobiana dessa planta foi verificada em uma pesquisa onde identificaram três compostos como responsáveis por essa atividade; a artochamina C, 5′-hidroxicudraflavona e Di-hidrocudraflavona B18.

 

Uma outra pesquisa afirma que os numerosos estudos, realizados até o presente momento, multiplicaram os potenciais alvos terapêuticos da unha-de-gato, encorajando seu emprego especialmente como anti-inflamatório, modulador do sistema imunológico e antiviral21.

 

Gengibre (Zingiber officinale):

 

O gengibre pertence à família Zingiberaceae, é uma erva perene com rizomas tuberosos. Suas raízes são usadas como tempero na culinária em todo o mundo. Tem uma longa história de cultivo conhecido por se originar na China e, em seguida,

 

se espalhou para a Índia, Sudeste Asiático, África Ocidental e Caribe. O gengibre contém até 3% de um óleo essencial que causa a fragrância da especiaria. Os principais constituintes são sesquiterpenóide zingiberene, ?-sesquiterpernoides; bisaboleno e farneseno22,23.

 

Diversos estudos mostram os efeitos imunomoduladores e antimicrobianos do gengibre, demonstrando que os óleos essenciais constituídos dos rizomas do gengibre, diminui a proliferação de bactérias e fungos como o Staphylococus sp. e Cândida albicans, porém, quando comparado o seu efeito com outros fitoterápicos como a citral e a curcumina, o gengibre não se mostrou tão eficiente em sua atividade microbicida22.

 

De acordo com estudos realizados com amostras de extrato de rizoma fresco apresentaram atividade antibacteriana muito superior às amostras de extrato de rizoma armazenadas, e mantem uma atividade superior a antibióticos comercializados como a gentamicina ou a ciprofloxacino. Assim como no caso da ação antibacteriana, a antifúngica também está associada aos metabólitos secundários, sendo que no caso de fungos, estes atuam provocando a ruptura da membrana citoplasmática, granulação do citoplasma levando assim a uma inibição ou inativação das enzimas inter e extracelulares. Em suma o gengibre se encontra como um agente promissor na saúde em geral, atuando em diversas áreas, com os mais variados mecanismos de ação24.

 

Goiabeira (Psidium guajava):

 

O gênero Psidium pertence à família Myrtaceae, que é considerado originário da América do Sul25,26. Essa frutífera tropical está distribuída mundialmente e hoje é cultivada nos trópicos devido suas propriedades medicinais, além da valorização das suas propriedades comestíveis26.

 

A goiaba é rica em taninos, fenóis, triterpenos, flavonoides, óleos essenciais, saponinas, carotenoides, lectinas, vitaminas, fibras e ácidos graxos. A goiaba possui maior teor vitamina C que as frutas cítricas (80 mg de vitamina C em 100g de fruta) e contém quantidades apreciáveis de vitamina A. As goiabas também são uma boa fonte de pectina27.

Estudos etnofarmacológicos mais recentes mostraram que o Psidium guajava

 

  • utilizado em muitas partes do mundo para o tratamento de diversas doenças como anti-inflamatórios, diabetes, hipertensão, feridas, efeitos analgésicos e antipiréticos 28.

 

Em vários estudos, o extrato metanólico de P. guajava mostrou atividade antibacteriana significativa Staphylococcus, Shigella, Salmonella, Bacillus, E. coli, Clostridium e Pseudomonas e o extrato aquoso foi mais eficaz contra E. coli e P. aeruginosa 29.

 

Uma pesquisa afirma que um número de produtos químicos isolados da Psidium guajava como quercetina, guaijaverina, flavonoides e específicos para galactose lecitinas mostraram atividade promissora em muitos ensaios em humanos. A planta tem sido extensivamente estudada em termos de farmacologia de seus principais componentes, e os resultados indicam ser um potente antidiarreico, anti-hipertensivo, hepatoprotetor, antioxidante, antimicrobiano, atividades hipoglicêmicas e antimutagênicas 30.

 

Açafrão da terra (Curcuma longa L.):

 

Os compostos ativos cúrcuma, Curcuma longa L, são classificadas como não-voláteis ou volátil. Os principais curcuminoides não voláteis são a curcumina, bisdemetoxicurcumina e desmetoxicurcumina. O óleo volátil da cúrcuma é amarelado e comumente produz alguns sabores levemente aromáticos; sua maior composição é de ar-turmerone, b-turmerone, ar-curcumene, zingibereno, ph-phellandrene, curlone, 1,8-cineol, e alguns outros sesquiterpenos 31.

 

Em uma pesquisa se concluiu que todas as concentrações do pó do rizoma de Cúrcuma longa L. mostraram inibição fúngica diminuindo significativamente o crescimento das espécies de Penicillium panemum, Penicillium citrinum, Cladosporium oxysporum, Cladosporium subliforme e Aspergillus chevalieri, porem em nenhuma das concentrações testadas houve inibição total do crescimento micelial e peso seco dos fungos testados 32. Entretanto, estudos são necessários para identificar quais seriam os compostos responsáveis pela atividade biocida ou bioestática no óleo essencial da cúrcuma e as possíveis interações 33.

 

A atividade antibacteriana de C. longa contra P. mirabilis, P. aeruginosa, K. pneumoniae e E. coli também foi estudada e constatou-se que essas quatro cepas Gram negativas eram resistentes a quase todos seis antibióticos padrão (ampicilina, clindamicina, penicilina G, eritromicina, cloranfenicol e vancomicina). Mas o extrato de acetona de C. longa foi extremamente eficaz contra Gram-negativos P. aeruginosa e

 

  1. coli 34.

 

Um estudo informa que o açafrão é amplamente utilizado como digestivo, carminativo, antiespasmódico, antioxidante, antidiarreico, diurético, excitante, nas doenças do fígado, como tônico no tratamento de úlceras, no tratamento de tosses e resfriados comuns e, externamente, como pomada na cicatrização de feridas e antimicrobiano, também informa que dentre os compostos do açafrão a curcumina obteve melhores resultados de concentração inibitória mínima, seguido do óleo essencial e óleo resina 35.

 

Conclusão:

 

Pode-se verificar que as espécies citadas ao longo desse trabalho são plantas populares de eficácia estudada in vitro, in vivo e comprovada empiricamente pela cultura, podendo ser integradas na alimentação facilmente em pequenas quantidades, caso fosse necessário aplicar um tratamento fitoterápico com essas espécies, elas seriam rapidamente aceitas pelo paciente que já está familiarizado com as plantas em questão.

 

Um outro estudo de elaboração de novas formas farmacêuticas seriam uma questão de interesse científico e de utilidade pública, para melhor aproveitamento das substâncias e partes não utilizadas desses fitos.

 

O quadro abaixo resume e organiza os componentes bioativos dos fitoterápicos estudados neste trabalho para melhor visualização do conteúdo expresso.

Quadro: Relação das espécies estudadas e seus compostos bioativos de ação antimicrobiana.

 

ESPÉCIE NOME COMPONENTE AÇÃO
POPULAR BIOATIVO FARMACOLOGICA
Allium sativum Alho Alicina Inibidor de síntese de RNA
das bactérias
Desestrutura os lipídios da
Cinnamomum zeylanicum Canela Cinamaldeído membrana celular
bacteriana e mitocondrial
tornando-a permeável
Curcumina,
Curcuma longa L Açafrão bisdemetoxicurcumina e Atividade antimicrobiana
não espicificada
desmetoxicurcumina
Psidium guajava Goiabeira Quercetina, guaijaverina Atividade antimicrobiana
não espicificada
Artochamina,
Uncaria tomentosa Unha de gato 5′-hidroxicudraflavona e Atividade antimicrobiana
não especificada
Di-hidrocudraflavona B.
Vaccinium oxycoccos Canberry Proantocianidinas Inibe adesão de bactérias
no trato urinário

 

Zingiber officinale Gengibre Sesquiterpenóides Ruptura da membrana
celular bacteriana

 

Referências

 

 

 

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