INTRODUÇÃO ALIMENTAR NA INFÂNCIA

POR: Erika Christina Carvalho dos Santos  – Nutricionista e aluna do curso de Pós-graduação em Fitoterapia da EADPLUS

 

A formação dos hábitos alimentares inicia-se na infância. A família exerce um papel determinante no contexto sociocultural. Desde o inicio do processo de introdução alimentar, as escolhas alimentares apresentam papel decisivo na infância, adolescência à vida adulta.

A amamentação é o primeiro vínculo alimentar que o bebê tem com sua mãe. Normalmente o bebê passa a experimentar os novos alimentos a partir dos 6 meses e este então é o momento decisivo para inicio da formação dos hábitos alimentares.

Pensar sobre a escolha dos alimentos e a forma de ofertar os mesmos aos bebês, nos remete a pensar sobre o caminho que essas etapas de introdução ocorrerão. A preparação para cada etapa e sua evolução será importante para que o bebê obtenha “sucesso” na introdução dos novos alimentos e consequentemente na formação alimentar.

Cada alimento que é recebido pela primeira vez representa uma nova experiência emocional, cujo resultado depende de várias circunstâncias. A alimentação complementar deve ser instituída de forma lenta e gradual, sem forçar ou insistir, evitando-se o estresse para todos os envolvidos, os atropelos na administração das refeições e possíveis prejuízos de ordem psicológica (Mello, 2003).

De acordo com o Ministério da Saúde (2013), associado ao crescimento físico, a criança vai adquirindo capacidades psicomotoras e neurológicas que podem ser observadas a cada mês. O processo é rápido, de modo que, dos 4 aos 5 meses de idade o bebê já sustenta a cabeça e com 6 meses é capaz de sentar sem apoio. Assim, torna-se inquestionável a importância da alimentação da criança nessa fase, uma vez que deficiências nutricionais ou condutas inadequadas quanto à prática alimentar podem, não só levar a prejuízos imediatos na saúde da criança, elevando a morbi-mortalidade infantil, como também deixar sequelas futuras como retardo de crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.

Não há regras na introdução alimentar, contudo os caminhos de conhecimento dos alimentos devem seguir cuidados no envolvimento das texturas e tipos de alimentos.

Muitos estudos priorizam a introdução inicial para papas de frutas in natura dando a possibilidade de o bebê conhecer os sabores. Em sequencia a inclusão de mais de uma fruta partindo para a introdução de papas de legumes e verduras, carnes, tubérculos e feijões fornecerá ao bebê uma ampla variedade e conhecimento com diversos sabores. Com o tempo e de forma gradual, o bebê terá em sua dieta uma variedade de nutrientes que possibilitará uma refeição equilibrada e nutritiva.

Com o tempo, a criança passará a receber uma alimentação mais variada nos padrões alimentares da família. A atenção deve ser dada a quantidade de sal reduzida e a exclusão de temperos picantes e aos alimentos industrializados. A consistência tomará outras formas até a criança completar um ano, quando então, os alimentos terão consistência normal.

 

 

Referências

MELLO, M. M. de S. Nutrição Infantil: uma receita de saúde. Porto Alegre: Mediação, 2003.

Ministério da Saúde (BR). Dez passos para alimentação saudável. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [acesso em 2020 Set]. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/images/arquivos/dez_passos_alimentacao_saudavel_guia.pdf