Novos medicamentos para tratar diabetes são divisores de águas

Inibidor que elimina o excesso de glicose na urina acaba de ser aprovado pela Anvisa.

Os pacientes com diabetes tipo 2 já têm à disposição no Brasil um novo remédio para tratar a doença. O registro do genérico “dapagliflozina” acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A publicação foi no dia 27 de março. O genérico faz parte de uma nova classe de medicamentos indicados para melhorar o controle glicêmico dos diabéticos.

Medicamentos como a dapagliflozina são inibidores do SGLT, sigla em inglês que significa co-transportador sódio-glicose e se refere a uma proteína encontrada nos rins e no intestino. Essa proteína é responsável por reabsorver a glicose que é filtrada pelos rins antes que ela seja eliminada pela urina.

“O medicamento age bloqueando as proteínas co-transportadoras de glicose em nível intestinal (sgtl1) e renal (sglt2), aumentando a eliminação desta pela urina, controlando, assim, os níveis de açúcar no sangue. Ele age para aumentar a excreção renal de glicose e melhorar as taxas de glicose no sangue. E também proporciona outros pontos positivos como redução de peso, controle da pressão arterial, ação diurética, proteção renal, diminuição da rigidez arterial e redução de ácido úrico”, explica Dr. João Aguiar.

Estudos comprovam os resultados benéficos dessa nova classe de medicamentos, com 38% de redução na mortalidade por doenças cardiovasculares, 32% na redução de doenças por outras causas e 35% de redução na hospitalização por insuficiência cardíaca.

“Ainda existem casos em que a insulina ainda é indispensável, porém esses inibidores são uma excelente ferramenta para prolongar a vida dos diabéticos e prevenir novos casos da doença”, afirma o médico.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença mata mais de 72 mil brasileiros por ano. É uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina, hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue, ou não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia.

“Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o organismo não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente. O nível de glicose no sangue fica alto – a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos”, acrescenta o especialista.

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 16 milhões de brasileiros adultos (8,1%) sofrem de diabetes. A doença mata 72 mil pessoas por ano no Brasil.

No País, a incidência da doença é de 8,1%, ligeiramente abaixo da média mundial. Nas mulheres brasileiras, a prevalência é de 8,8%; homens, 7,4%. Entre as causas da diabetes está o excesso de peso, que afeta 54,2% dos brasileiros, a obesidade, 20,1% e a inatividade física 27,2%.

Fonte: Revista Fator Brasil