Venda e propaganda de remédio para emagrecer serão proibidas no Rio

Substância é usada para acelerar o metabolismo e provocar o emagrecimento.

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quinta-feira, em segunda discussão, projeto de lei que proíbe a propaganda, venda e uso de medicamentos que contenham a substância chamada 2,4 dinitrofenol ou DNP, usada para acelerar o metabolismo e provocar o emagrecimento. O texto seguirá para o governador Luiz Fernando Pezão.

O governador terá até 15 dias úteis para decidir pela sanção ou veto. O uso da substância é proibido em diversos países e já foi alvo de alerta global da Interpol, que classifica a droga como “ilícita e potencialmente letal”. No entanto, o comércio ilegal ainda ocorre pela internet.

O projeto de lei 415/15 é do deputado André Ceciliano (PT). De acordo com o projeto, as campanhas de conscientização deverão ser realizadas, enfatizando os riscos da utilização da substância, nas escolas das redes públicas e privadas, nos hospitais, nas clínicas de saúde e nas academias de ginástica.

— Após ingerir essa substância, não há qualquer antídoto para o DNP — alerta o deputado.

Os estabelecimentos que descumprirem a norma estarão sujeitos às penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor. Em caso de reincidência, o estabelecimento poderá ter o registro de ICMS cassado.

NA INGLATERRA, JOVEM MORREU APÓS TOMAR PÍLULAS DE DIETA

Em abril de 2015, uma estudante britânica, de 21 anos, ficou “queimada por dentro” e morreu no hospital depois de tomar oito pílulas de dieta compradas on-line, o mesmo 4 dinitrofenol, seis a mais do que uma dose letal. Na ocasião, a aluna da Universidade de Glyndwr, na Inglaterra, Eloise Aimee Parry começou a se sentir mal por volta do meio-dia, quando foi para o Hospital Royal Shrewsbury, onde a equipe realizou um teste de toxicidade – só então a gravidade de sua situação foi revelada.

— Ela tinha tomado tanto DNP que as consequências foram inevitáveis. Eles [os médicos] nunca tiveram chance de salvá-la. Ela queimou e apagou — disse Fiona Parry, mãe da jovem, ao jornal “The Independent”, na época. — Ela nunca teve a intenção de tirar a própria vida. Ela simplesmente nunca compreendeu quão perigosos eram os comprimidos que ela tomou. A maioria de nós não acredita que um comprimido de emagrecimento poderia nos matar. DNP não é uma pílula de emagrecimento milagrosa. É uma toxina letal.

Acredita-se que Ella, como era conhecida pelos seus familiares e amigos, comprou os comprimidos pela internet, onde eles são vendidos por entre £ 70 a £ 100 (entre cerca de R$ 315 a R$ 450).

Fonte: O Globo Online – RJ